segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

NOTA DE DESAGRAVO: MINISTÉRIO PÚBLICO, TJ E POLÍCIA CIVIL DE GOIÁS IGNORAM A VIOLÊNCIA CONTRA A EDUCAÇÃO EM GOIÂNIA



No dia 26 de abril de 2017, os Trabalhadores da Educação foram violentamente reprimidos pela Guarda Civil Metropolitana (CGM) por lutarem pelos direitos dos trabalhadores. O prefeito e o secretário de educação mandaram a Guarda agredir os Trabalhadores da Educação, que sofreram golpes de cassetetes, bombas, tiros de bala de borracha à queima roupa, xingamentos, cárcere privado e tortura física e psicológica.

O inquérito policial nº 1564836 realizou apuração inicial dos fatos ocorridos no dia das agressões. A investigação da Polícia Civil demonstrou que os Trabalhadores da Educação foram agredidos, mesmo depois de estarem deitados com a mão na cabeça. Ficou demonstrado ainda que os Trabalhadores foram obrigados a ficar por mais de 2 horas deitados no chão, com as mãos na cabeça virada para baixo, sofrendo ameaças e xingamentos, tortura física e psíquica, durante todo este período.

A arbitrariedade da Guarda Civil Metropolitana foi tamanha, que os advogados da Associação Brasileira dos Advogados do Povo-ABRAPO e da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Goiás foram impedidos de acompanhar o procedimento policial, que retirou sem qualquer autorização judicial os manifestantes da Secretaria Municipal de Ensino. Na ação da CGM, um advogado da ABRAPO, que estava do lado de fora da SME acompanhando o desfecho do episódio, foi alvo de uma bomba de efeito moral, sofrendo ferimento com o estilhaço do artefato.

Mesmo com todos estes fatos provados por laudo do Instituto Médico Legal, vídeos e pelas centenas de testemunhas que estavam apoiando o protesto dos Trabalhadores, a Polícia Civil entendeu que os Guardas cometeram dois crimes: 1) Lesão Corporal Leve; e 2) Constrangimento Ilegal.

O Inquérito Policial foi remetido para o Tribunal de Justiça de Goiás, distribuído para a 28ª Promotoria de Justiça da Comarca de Goiânia. Contudo, a Promotora de Justiça do Ministério Público de Goiás, Drª. Ilona Maria Christian de Sá entendeu não estar individualizada a conduta dos Guardas, descartando o crime de Lesão Corporal Leve para o crime de Abuso de Autoridade.

Dentre das várias funções institucionais do Ministério Público, determinadas pela Constituição Federal, tem-se a função de “requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais” (art. 129, VIII, da CF/88). Porém, a 28ª Promotoria de Justiça de Goiânia sequer solicitou qualquer diligência para investigar o ocorrido. Não solicitou as imagens das câmeras de vigilância, não solicitou esclarecimento sobre os Guardas não estarem devidamente identificados, não solicitou sequer o reconhecimento facial dos agressores pelas vítimas.

O descaso da investigação do Ministério Público poderia ser corrigido pela Juíza da 12ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia, Drª Camila Nina Erbetta Nascimento. Porém, esta simplesmente ratificou a postura do MPGO.

Este episódio não é isolado! Em 2015, os Trabalhadores da Educação foram agredidos durante uma assembleia no Paço Municipal. Apesar dos edemas e cortes oriundos das cacetadas dos Guardas, o Ministério Público denunciou os professores e sequer denunciou 1 (um) Guarda Municipal.

Assim, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de Goiás, cada vez mais, legitimam as Ações ilegais e truculentas da Guarda Civil Metropolitana contra os Trabalhadores da Educação. Fica cada vez mais evidente que os órgãos do Poder Judiciário atuam de forma parcial, defendendo e respaldando toda opressão da Prefeitura de Goiânia, Secretaria Municipal da Educação e Guarda Civil Metropolitana, com intuito de abafar e silenciar esta categoria de Trabalhadores cada vez mais sem direitos!

Diante disso, o SIMSED – Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia convoca toda a categoria para estar presente na audiência do dia 07.02.2018 às 9h50min, no 1º Juizado Especial Criminal de Goiânia (Fórum Fenelon) para que possamos acompanhar de perto o trabalho do MP e cobrar a punição dos Guardas Municipais que agridem, espancam e torturam os trabalhadores da educação em luta!

Endereço: Fórum Desembargador Fenelon Teodoro Reis - Fórum Criminal, 5º andar, sala 507 - Rua 72, Qd. 15-C, Lt. 15/19, Jardim Goiás (atrás do Serra Dourada e da TV Serra Dourada).


NENHUM DIREITO A MENOS!

PUNIÇÃO PARA OS GUARDAS AGRESSORES DE PROFESSORES!

LUTAR NÃO É CRIME!